sábado, 18 de outubro de 2008

SAÚDE: DIRETO DO CIDADÃO, DEVER DO GOVERNO!

A FUNAI para se eximir de suas responsabilidade ficou super feliz com o decreto nº 23 de 1991, pois esse decreto há favoreceu ao dizer que a FUNAI não é responsável pela saúde indígenas, a qual passaria a ser da FUNASA.

Mais sempre quando falamos de saúde, várias pessoas esquecem que saúde não é apenas atendimento médico hospitalar, mais também saúde é saneamento básico, moradia, escolaridade e alimentação ou seja o bem está do ser humano tanto físico e psíquico.

O governo na esfera Federal é responsável pela saúde um todo, o qual repassa a verba para a esfera Estadual e o Estado para o Município. Embora qualquer esfera é obrigatória há nos oferecer um atendimento digno, mais a realidade é totalmente diferente.

Independente de noção etnia, cor, raça, credo ou classe social o Governo tem que nos atender, mais ao se falar de povos indígenas o Governo Federal é o principal que deve nos atender.

A saúde já está sucateada há bastante tempo, nosso povo morrendo por negligencia da saúde. Com a FUNASA já era ruim, imagina sem ela como vai piorar ainda mais o atendimento dos nossos parentes.

A FUNASA (Fundação Nacional da Saúde), órgão executivo do Ministério da Saúde, é uma instituição do Governo Federal responsável pelo saneamento em geral e pela saúde indígena.

A FUNASA atende a uma população de mais ou menos 600 indígenas, pertencente a mais de 250 povos em todos os estados.

A FUNASA tem 34 DISEI (Distritos Sanitários Especiais Indígenas), levando em conta diferentes aspectos geográficos , sociais, culturais e econômicos. Eles são divididos como Pólo Base com equipes de saúde, ou melhor, deveria ter essa equipe, mais infelizmente essa “equipe” é pela metade.

Uma das coisas que me deixa revoltado é que o nosso Distrito Sanitário está tão longe, pois ele fica em Santa Catarina, Litoral Sul. Temos que todos os povos se unir para lutar por um Distrito de Saúde em cada Estado Brasileiro, para não depararmos com essa burocracia no atendimento do nossos povos indígenas.

O SUS (Sistema Único de Saúde) foi criado após a aprovação da Constituição Federal de 1988, que tem como um de seus órgão a FUNASA, mais o SUS também não dá conta de atender a população em geral, imagina ao se falar que somos indígenas, ai que não atende mesmo, mais eu nasci indígena e morrerei indígena.

Nossa saúde está cada vez mais terceirizada, os quais quem saem bem nessa historia toda é a FUNASA e as ONG´s, empresas e etc, por exemplo a FUNAI/FUNASA faz convênio com a UNB (Universidade de Brasília) para atender os indígenas , no entanto a UNB está envolvida com a corrupção, fazendo com que alguns funcionários viajassem para o Sul da Ásia com o dinheiro da nossa Saúde, ou seja enquanto as vidas dos nossos parentes voam para os céu, os corruptos voam para passar boas aventuras no luxo do dinheiro da nossa saúde.

Temos que dá um basta nisso, e lutar para manter uma instituição própria para a nossa saúde, pois o Governo quer municipalizar a saúde e acabar com a instituição voltada para os povos indígenas.

A saúde já é péssima em nossa aldeia, imagina pra nos que somos tachados de índios desaldeiado, por moramos na cidade grande.

No dia 15 e 16 de Novembro, eu vou participar de uma discussão a respeito da saúde indígena na cidade de São Paulo.

Edcarlos – Carlinhos - Pankararu

edpankararu@yahoo.com.br

www.projetopindorama.com.br

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O inicio da construção


Faça parte desse sonho, não deixe de contribuir com essa causa, pois os primeiros tijolos estão ai, gostaríamos que vocês também façam parte da realização deste sonho antigo.
NÃO FALE FAÇA! Esse é o mais novo slogan de trabalho dos índios pankararu! Como isso surgiu? Através de uma parceria e por que não dizer de uma nova aliança entre a ONG Ação Cultural Indígena Pankararu e a ABL – Centro de Treinamento Especializado em Turismo, através de seu diretor, Dr. Lacerda e do colaborador Josafát.
E como colocar isso em prática, como iniciar? Pois é, como iniciamos uma construção de uma casa? “Tijolo por tijolo, um de cada vez”, com essa frase o Dr. Lacerda nos apresentou seu entusiasmo com a idéia de resgatar a língua do Povo Pankararu, nos apresentou o desafio de construir e concretizar passo a passo um dos nossos maiores sonhos!
É claro que isso exige tempo, dedicação, garra e acima de tudo amor à causa, e isso temos de sobra, pois devido a isso é que ainda existimos dentro de São Paulo.
Simbolizando tudo isso, mais uma vez a ABL nos surpreendeu, em uma de suas visitas, o Dr. Lacerda e o Profº Josafát, nos trouxe mais um presente, e qual não foi nossa surpresa ao abrirmos os pacotes....eram nossos primeiros tijolos, isso mesmo, era a simbolização do inicio de nossa caminhada, para apresentarmos aos nossos jovens um pouco mais de nossa cultura, incentivá-los a trabalhar conosco em busca de nossa língua ha tanto tempo perdida e acima de tudo, fazer isso com garra, persistência e visão do futuro.
Esse trabalho talvez demore um bom tempo para surtir efeito, então essa será nossa contribuição para as futuras gerações dos Pankararu.
Pois pretendemos abrir uma escola só nossa, com esses primeiros tijolos, para fazermos o resgate de toda a nossa cultura e preservar cada vez mais nossa tradição.
A educação é a nossa base para permanecer nossa luta, uma vez que temos que usá-la como arma para nos defender.
Agora restamos nós, não deixarmos essa bandeira de luta cair e nem a camisa se deteriorar, pois vamos lutar para nossos objetivos alcançarmos. Gostaríamos que novos parceiros vestissem também essa camisa em conjunto com a ABL e a Ação Cultural Indígena Pankararu, para construirmos nossa escola especifica e tradicional, venha fazer parte desta grande obra social e cultural.

domingo, 1 de junho de 2008

Fazemos questão de falar que aqui na PUC/SP tem indígenas e que somos capazes!


Não somos batatas e nem mercadorias, mais estavamos presente na Feira Comunitária e que na universidade tem indígenas mostrando sua cara e capacidade de vencedor.

Entre os dias 27, 28 e 29 de Maio de 2008, foi realizado na PUC/SP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, uma Mostra Comunitária dos projetos sociais que a mesma vem desenvolvendo por ser também uma instituição comunitária que organiza para formar quadros de alto nível, comprometidos profissional e eticamente com a busca de soluções para os problemas enfrentados pela sociedade brasileira na perspectiva de seu compromisso maior: busca de uma sociedade ecologicamente sustentável, diversificada, justa, fraterna e solidária. E por isso fizemos questão de ter nosso stand para divulgar o nosso projeto Pindorama é mostrar para o país e o mundo que também somos capazes de entrar em uma universidade e que vamos está sempre presente para continuar nossa luta.
O Pindorama foi firmado em 2001, entre nós indígenas e a PUC/SP , onde ela propõe concretize seu caráter de ponte ao assumir o compromisso de diminuir o fosso existente entre as populações indígenas e o acesso aos bens sociais e à participação mais digna e ativa nos rumos da própria vida e da vida do pais. O nosso potencial foi colocado em questão, até mesmo pela Universidade, que previa o acesso de pelo menos de 5 (cinco) a 10 (dez) indígenas na instituição. Mesmo assim deixou aberto para a inclusão de todos que passarem pelo seu processo seletivo.Ninguém esperava mais o fato inédito aconteceu, de 26 que prestaram o vestibular 24 conseguiram passar no processo seletivo em diversas áreas como: administração, engenharia elétrica, pedagogia, serviço social, letras, turismo, tecnologia e mídia etc.Neste ano de 2008 mais 12 (doze) entraram na universidade passando pelo processo seletivo, ou seja mais uma vez o povo indígena mostra seu rosto e capacidade para a sociedade dizendo, eu posso, eu quero, sou igual, eu sou diferente, sou cidadão, sou brasileiro, sou guerreiro, ainda sou gente e que apenas temos culturas diferentes. Fazem parte do Projeto Pindorama 12 (doze) etnias indígenas Atikum, Fulni-ô, Guarani Mbyá, Guarani Nhandeva, Kaingang, Krenak, Pankararu, Pankararé, Pataxó, Potiguara, Terena e Xucuru. A maioria dos estudantes são da etnia Pankararu.
No momento somos em 50 alunos em diversos cursos como: Engenharia Elétrica, Direito, Tecnologia e Mídias Digitais, Matemática, Ciências Sociais, Turismo, Contabilidade, Administração, Economia, Fonoaudióloga, Biologia, Enfermagem, Psicologia, Secretário Executivo Trilingue, Serviço Social, Pedagogia, Letras (Português, Inglês, Espanhol), Artes do Corpo, Historia e Multimídias.
Nesses quase 7 (sete) anos já passaram pelo projeto cerca de 86 indígenas, tendo formado 21 estudantes, não podemos deixar de falar de 2 (dois) Pankararu que está fazendo Medicina em Cuba.
Infelizmente o nosso entrave no momento está sendo a FUNAI, pois ela assumiu um compromisso conosco enquanto estudante e não está passando a verba de R$ 150,00, deixando em segundo planos os indígenas e utilizando nossa verba para fazer pagamentos que não tem nada haver com a nossa Educação, como pagar impostos e funcionários.
Enquanto ela está fazendo isso, muitos passando por grandes dificuldades financeiras para se manter nos cursos, uma vez que a cidade de São Paulo é tão cara.
Mais nós deixarmos claro para a FUNAI, que ela não vai nos exterminar com sua negligencia e vamos continuar nossa luta por uma educação justa, digna e igualitária.
E que as unidades de ensino, trate de trabalhar logo o planejamento de execução da lei 11.465/08 (LDB) a qual são obrigadas a trabalhar melhor sobre a questão indígenas nas salas de aula.
Bem que a FUNAI poderia se preocupar com isso e não atrapalhar o nosso desenvolvimento educacional, embora o que ela quer é isso mesmo, para que agente ainda fique sobre sua tutela.

Edcarlos (Carlinhos) – Pankararu
edpankararu@yahoo.com.br


 
Layout por SRSAM Comunicação